Não sei se é o silêncio que cura o tempo,

ou se é o tempo, que por tanto que já passou, traz o silêncio.

Tão pouco sei se o mal tem cura e se tem remédio para sarar.
Talvez o remédio seja mesmo nada curar... e deixar o tempo passar.

Por isso em silêncio recuo no tempo,
E deixo a chuva passar.

Até que um dia o azul raiou e reparo como o tempo passou!
... foi o silêncio que me prendeu à chuva e a chuva foi esse tempo por quem me deixei molhar.

Se curou...? Acho que até começou a magoar!

O remédio não é curar...

O remédio é em silêncio, ir caminhando no tempo... sem resfriar.

E quando a tempestade passar, perceber que não foi preciso recuar para o tempo avançar.
Apenas foi preciso caminhar ao lado do tempo... esse tempo que nos fez chorar, mas que o silêncio acudiu, amparou e não deixou falar. 
E esse...esse foi o remédio!