29/04/2011

História original


Cada história tem o seu quê de original. Esse quê está apenas na forma como se sente a vida de cada história.

Na verdade, todas as histórias anseiam um final feliz; ninguém gosta de sofrer e todos achamos que não somos merecedores desse sofrimento. E isto é que não é original.

Mas está nas nossas mãos sentir também a vida de forma original.

Por muito disparatado que isto possa parecer, é facto que não merecemos sofrer, mas passamos a vida a atrair esse sofrimento. Todos, sem excepção. Porque teimamos em olhar para para os acontecimentos das nossas vidas com um sentimento de punição. E por isso dizemos que não merecemos. E não merecemos porque outros nos causaram esse sofrimento... os outros é que têm culpa...

Em boa verdade, somos nós que nos auto-infligimos.
Tudo o que nos acontece não é mais que uma realidade, necessária ao aprendizado. E por isso não se trata de merecer ou deixar de merecer. Trata-se antes de RESPONSABILIDADE.
E isso é original!

Porque é que não havemos de virar para nós também aquele dedo que apontamos aos outros?! Porque é que, em vez de encolhermos o peito pelo efeito daquele desmerecimento, e não nos endireitamos, enfrentando essa realidade com responsabilidade?!
Porque fomos formatados sob a energia do sofrimento, de mártires, do castigo!

Fomos castigados em crianças, porque nos portamos mal; sentimo-nos infelizes porque não nos realizamos no emprego, no casamento, nas amizades... e continuamos a dizer: Não Mereço!

Bom ... merecer, não merecemos.... E merecemos ser felizes quando constantemente ignoramos esses momentos e comungamos do ditado popular: quando a esmola é grande o pobre desconfia? É que nem da felicidade nos consideramos merecedores!!!

Na verdade, insistimos na restrição.

Porquê sentir que é esmola quando recebemos abundância?! Porque desconfiamos dessa abundância?!

Porque não somos nada originais! Porque não somos ousados! Porque não acreditamos que somos o melhor!

E quando não acreditamos que somos o melhor, só temos o pior!

Mesmo o melhor, é nossa responsabilidade! Porque acreditamos e agimos como tal! Demos o melhor, entregamo-nos, confiamos, não impusemos condições... porque nunca esteve em causa que isso não era o melhor!

No pior, a responsabilidade também é nossa. Porque não confiamos, porque nos deixamos reger pela insegurança, pelo medo... e claro, o resultado: o pior!

Está na hora de sermos originais! Está na hora de acreditar que o melhor nos pertence... e se o melhor for uma derrota, estou certa que isso é sempre o melhor. Representa apenas uma paragem, uma queda... mas longe de considerar que me perdi no Caminho!


28/04/2011

Pietá

Piedade é...

Piedade é sentir tristeza e entregá-la ao céu,

Piedade é sentir a morte nos braços e manter a serenidade,

Piedade é ser humilde perante a adversidade,

Piedade é sentir o coração chorar e aceitar,

Piedade é pedir a ajuda dos anjos quando o beco cerca,

Piedade é não cruzar os braços quando à volta tudo se desmorona,

Piedade é suspiro de amparo,

Piedade é sentimento que, hoje, trago a mim...

O Sonho de ontem...


Ontem sonhei.

Não sonhei de olhos fechados, mas sonhei vendo o sol, o mar, o rio a enterlaçar-se no mar . E isto induziu-me ao passado... ao passado longínquo e ao passado de ontem... E percebi o quanto já fui feliz!
Tantos momentos de felicidade que a vida me deu... tantos... e eu nunca os vi como tal. Ou pelo menos nunca os senti como tal.

Por causa desse sonho que tive ontem, a minha vida mudou, mais uma vez.

Temos uma tendência natural para não nos esquecermos daquilo que nos deixou marcas, feridas, cicatrizes. E a cada passo o revivemos quase tanto sob a mesma dor emocional de quando o vivenciamos.
E esquecemo-nos de viver a mesma emoção, aquela emoção fantástica, de quando a vida nos presenteou.

Ontem, durante o sonho, voltei à minha adolescência e vivi aquela tarde em que fui ao cinema pela primeira vez com os meus colegas de turma ver o "La Boom 2".... Foi lindo!!! O filme, a música do filme, o escuro do cinema, a excitação de estar ali... Hummmm, TÃO BOM!!!

Ontem, durante o meu sonho, voltei ao dia em que saí do comboio e me esperava um magnífico ramo de rosas vermelhas e um abraço... aquele abraço de aconchego, de carinho, de ternura... MAGNÍFICO!!!

Ontem, durante o meu sonho, voltei àquele quarto onde se ouvia aquela música, em que me pegaram ao colo, me ofereceram uma rosa e um livro.... DIVINO!

Ontem, durante o meu sonho, voltei à minha meditação... àquela meditação que me devolveu a vida..... CELESTIAL!

Ontem, durante o meu sonho, vi esse ponto de luz, que durante 21 dias me trouxe tão próxima da Luz Divina... SEM PALAVRAS!

Ontem, sem pensar querer fazê-lo, o céu soprou-me essas memórias tão generosas. E fez-me perceber o quão feliz eu fui, eu sou... e claro que vou ser!

E o que fiz eu para merecer isso?! Tudo!!! Eu mereço isso tudo...

Hoje, de olhos bem abertos, estou grata a DEUS por ter pegado em mim colo também na felicidade...

26/04/2011

Borboletas - Mário Quintana

Se eu pudesse...


Se eu pudesse sentir o que os meus olhos vêem, largaria a ilusão do escuro e apenas a luz me trespassaria;

Se eu pudesse ouvir o que meu coração dita, apenas ortografava as "estórias" ancestrais, das quais já não me lembro, e finalmente perceberia a minha história;

Se eu pudesse largar a dor que meus pés carregam, correria sem destino até encontrar a porta do meu santuário;

Se eu pudesse andar nua, sem as roupas que outros me vestiram, sem a farpela que eu escolhi para me tapar, estaria solta no bafo e leve para voar;

Se eu pudesse levantar voo, ainda que não tivesse asas, empoleirava-se na janela da minha alma e esperava... que tudo acalmasse;

Se eu pudesse estar do lado de lá, sem deixar de estar aqui, encontrar-me-ia;

Se eu pudesse Ser, sem as condicionantes do querer, aniquilaria estes "se's" e saberia, simplesmente, Ser.

Talvez um dia eu possa...

25/04/2011

De olhos fechados...



Chega-se a uma altura da vida que já sabemos que no pior pode estar o melhor, que por de trás do medo está o amor, que o certo é o que a vida nos apresenta, agora... que temos de aceitar, de perdoar... Que o AMOR, aquele que é incondiocional, é a chave para o que não percebemos, para o que perdemos... é chave da evolução, da nossa evolução.

Já sabemos isto tudo...

Já sei isso tudo.... Mas pôrra!!!

Porque é que tenho a sensação que estou no mesmo lugar ??? Porque é que não sinto o sol quando a chuva teima em cair? Eu sei que o sol está lá... Sei até que mesmo quando a Terra faz o seu movimento de rotação ele continua lá... afinal ela gira em torno dele...!!! Sei isto tudo!!! Mas o que é certo é que continuo a não o sentir quando a chuva cai... Em boa verdade, eu não o sinto é nunca! E mesmo quando me encandeia, eu não o sinto. Porque fico aturdida com a sua luz e fecho os olhos...


... mas se calhar é isso... eu ando a fechar os olhos à Luz.... pois... não sei...

21/04/2011

Reconciliação

É Páscoa... tempo de confirmação da Fé.

Há momentos em que é difícil confirmar o que ainda não temos consciência... Será que por existir dúvida, não conhecermos ainda o Caminho, existir adversidade, estamos preparados para confirmar a Fé?

Uma coisa é certa: este é o momento da reconciliação. E reconciliação em todos os sentidos: reconciliação com a dúvida, reconciliação com a adversidade, reconciliação com o desconhecido. No fundo, é o momento de reconciliação com nós mesmos. Porque afinal nós somos isso tudo.

É tempo de apaziguar todas essas insurreições. Tudo faz parte da evolução e tudo isso nos leva à aliança dos dois planos que também somos: o corpo e o espírito, a mente e a intuição, a certeza e a fragilidade da certeza, o Yin e o Yang.

A reconciliação da dúvida combinada com a certeza de que existe algo para lá da nossa compreensão é Ser Fé, é Ser humildade, é Ser Aceitação, é Ser Entrega... é Ser Espiritual... No fundo, é simplesmente SER.

Que hoje sejamos Reconciliação...

20/04/2011

Não Quero


Não quero alguém que morra de amor por mim…
Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo,
quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…
Nem que eu faça a falta que elas me fazem,
o importante para mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível…

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém…
e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…

Que me veja como um ser humano completo,
que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona,
que dê valor ao que realmente importa,
que é meu sentimento… e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe…
Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um “não” que a gente teima em pintá-lo de verde e entendê-lo como “sim”.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante para mim, sem ter de me preocupar com terceiros…
Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão… que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas,
que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… e que valeu a pena!!!

Não Quero - Mário Quintana

19/04/2011

Nascemos para viver

It´s good to be alive, diz a música.

E é mesmo bom estar vivo! Cumprir a missão de estar vivo, viver, respirar, correr, perceber onde estamos ou mesmo não saber para onde vamos, faz parte do nascer, do estar vivo...!

Viver é a chave quer para as dúvidas, quer para as incertezas, quer para as alegrias de cada momento da nossa vida.

Estás triste, sentes solidão, não sabes que rumo seguir? Vive! Vive essa nostalgia, essa angústia, esse retalho da tua vida!

Sentes medo, não acreditas (em ti ou seja lá em quem for) ? Vive! Vive esse temor, essa falta de confiança, até que se transforme no seu oposto!

Estás alegre, porque a vida presenteou-te, brindou-te com a graça do bem estar, da felicidade do momento? Vive! Vive essa folia, canta, dança, ri!

Tudo isso é viver e só é possível que assim seja porque nascemos para viver!

Por tudo isso, porque nascemos para viver, porque vivemos intensamente cada emoção que nasceu num determinado momento da nossa jornada, aproximamo-nos da nossa essência, de quem somos verdadeiramente... e por isso, it´s so good to be alive!!!!!

Patrick Hernandez - Born To Be Alive

18/04/2011

Conversando com Deus - Livro I

Eu não conhecia a minha força...


Ter que desmoronar... ter que cair... ter que chorar... ter que doer... era força que eu desconhecia ter.
Bem no fundo, sabia que havia de me levantar, sabia que havia deixar de doer... um dia... Mas não sabia da força que tinha em me deixar enfraquecer!

Para desfalecer é preciso força...

É que a força do não o dever fazer, que me puxava pelos braços- já desmaiados - e que teimava em manter-me erguida, gladiava-se com a outra força, com a outra energia... aquela que me assobiava nos ouvidos e me dizia: "Deixa-te ir".

E deixei...! Caí, doeu, chorei... e quase asfixiei!

Até que percebi que a mesma força que me levou a zeros era a mesma que me elevaria ao céu... Afinal foi aí, no chão - se calhar, para lá do chão - que encontrei a Fonte... a mesma que me haveria de levar até Ela!

Tudo volta ao início, tudo é um ciclo, tudo nasce porque um dia morreu e sempre que algo morre, mesmo ao lado, anuncia-se o novo, o nascimento de...
.... é, não sei bem o que nasce de novo, mas talvez "novo" seja um julgamento, porque de facto, o que realmente acontece é que algo nasce...

A força divina que me "empurrou" para o decesso, ao mesmo tempo, reanimou-me... O meu coração voltou a bater, o sangue a circular, as células regeneraram-se e o ciclo da vida do meu corpo retomou  o seu bater sob novo ritmo de pulsação. 

E aí, aquela força que não me deixava cair, que eu pensava que era para não me deixar morrer... afinal, quando foi precisa, para devolver-me a vida, não o fez...
Mas a outra, aquela que me corroeu, que me magoou, que me fez chorar.. e chorar tanto... essa, deu-me a vida...
Não a vida que eu tinha deixado, mas a mesma vida...  sob novo ritmo arterial.

Percebi que aquela dor que eu senti, que me fez chorar, era essa força, essa energia, a invadir cada célula do meu corpo...
Quando me invadiu, deu-se o clímax, a catarse, por tanta alta voltagem que me propagava... Os meus pulmões retraíram-se e quando inspiraram, na derradeira tentativa de manter o contacto, inspiraram dessa energia.... E toda a vida do meu corpo retomou o seu ciclo ... E porque recebeu ordem de viver dessa força, dessa energia... agora, só dessa se alimenta.

Hoje, essa é a energia que me mantém à tona... e tenho que a respirar... Essa força, essa energia, são as guelras que careço para viver aqui, agora....

Hoje, sei que tenho a força suficiente para voltar a cair... Afinal, essa é a força que dá vida!

15/04/2011

Seja quem você for...



Seja quem você for,
Tenha sempre muita dedicação e faça tudo com muito amor e com muita Fé em Deus...
... que um dia você chega lá...!

14/04/2011

Quando se fala de Amor


O amor não é fogo que arde sem se ver...
O amor é sentimento que arde sem fogo!
O amor não é ferida que dói e não se sente...
O amor sente-se, ainda que doa, mas não deixa ferida!
O amor alicerça a minha liberdade,
liberdade que eu tenho em te amar
tal como és...
Por amor eu dou ... porque quero,
Onde aceito que tu não dês, que não queiras.  

O amor sacia a sede de ter,
porque a liberdade que tenho em te amar não carrega o peso do teu corpo.
Do teu amor eu só quero que sejas...
Não quero lógicas, não quero fórmulas, não quero resultados...
Não digas nada... não fales... entrega-te, apenas.
Será sempre essa entrega, sem razão, desprendida de toda e qualquer lógica
que me faz usufruir desse momento...
Esse é o amor... aquele que eu quero que fales,
Através da linguagem do vento...

Sonhe...

Escolhas


Maria trazia da sua vida passada a enorme vontade de ser artista.
No outro tempo, no outro mundo, no outro lugar, Maria teve grande contributo a expressar o belo. Esse belo fazia com que Maria se soltasse e deixasse de racionalizar.
Na outra vida, Maria foi perseguida pela expressão que dava às suas obras... No outro mundo, não era permitido as pessoas serem felizes , expressarem a sua essência através das coisas simples da vida. Tão pouco era permitido que os outros, através da sua obra, pudessem conectar-se com esse belo.
Maria, na outra vida, despediu-se dela com grande angústia...

Nesta vida, Maria nasceu no seio de uma família rígida, inflexível... numa família que ditava ordens de comando.
Desde muito cedo, Maria pintava... adorava transpor para a tela todos os sonhos, todos os cenários idílicos para onde o seu coração a conduzia.

Seu pai, antiga patente do Exército, decidiu que era melhor para Maria ser Gestora. Uma profissão cujo futuro ele acautelaria. Um lugar numa Instituição Bancária a aguardava.

E Maria lá entrou para a faculdade e as suas telas ficaram abandonadas naquele recanto da casa, que usava sempre que queria pintar o seu mundo, aquele que a fazia feliz.

Durante os anos de estudo universitário, Maria tinha problemas no seu aparelho digestivo. Tinha dificuldade em fazer a digestão dos alimentos que ingeria e depois vieram as alergias a tantos alimentos.

Maria terminou a licenciatura em Gestão de Empresas, especializou-se na área das participações cotadas em bolsa e tal como seu pai previra, esperava-a o cargo de assessora financeira num Banco.

Ao mesmo tempo, na mesma altura, Maria encontrou uma sua amiga do tempo de faculdade.
Madalena, tinha desistido do curso de Gestão e mudou para o curso de Belas Artes. Afinal, esculpir era a verdadeira arte de Madalena. E desistiu da segurança da Gestão de Empresas e mergulhou na aventura de fazer nascer das suas mãos a sua alma de artista.
E na mesma altura que aquela Instituição Bancária esperava o SIM de Maria para o cargo de Assessora, Madalena, dona da sua galeria de arte, convidou Maria para recepcionista. Pouco mais lhe poderia pagar que o salário mínimo, mas dava-lhe a oportunidade de pintar as suas telas e ali as expor.

Maria não hesitou e naturalmente escolheu o emprego no Banco. Afinal este dava-lhe um rendimento que lhe proporcionava uma vida de conforto.

E o dia 1 de Abril foi o primeiro dia de trabalho de Maria, como Assessora Financeira.
Como não há coincidências e os acasos não existem, esta escolha foi um tremendo engano para a vida de Maria.
Maria detestava o que fazia. Rodeada de papéis e números, números e papéis, aproveitava a hora do almoço para se satisfazer, para se completar. E achava que era completamente feliz se comprasse aqueles sapatos que custavam um dinheirão; se comprasse aquele vestido de confecção exclusiva; se se submetesse àquelas dolorosas massagens corporais que lhe delineavam o corpo.
O tal salário que auferia como assessora, aliás, o bom e enorme salário que auferia, não lhe chegava para a fazer feliz.

Ao memso tempo, Maria desenvolve uma úlcera no estômago. Os seus problemas digestivos exarcebaram-se e Maria teve mesmo que ser intervencionada cirurgicamente.
Aperceberam-se os médicos que o problema de Maria era mais que uma simples úlcera... e Maria, afinal, teve que se submeter a tratamentos de quimioterapia, radioterapia...

Como para todas as pessoas que vêem a vida a chegar ao fim da linha, mas que sobrevivem e por isso decidem por-se em causa, o mesmo aconteceu com Maria. Maria também decidiu por-se em causa... E percebeu que tudo o que comprava, tudo o que julgava fazê-la feliz, mais não era do que alimento das suas frustrações. E decidiu pedir uma licença sem vencimento no Banco e dedicar-se aos outros.

Inscreveu-se como voluntária no IPO e aí visistava e sorria para todos as pessoas que, tal como ela, lutavam pela vida.

Chegava a casa triste, angustiada... não suportava o sofrimento dos outros e isso fazia-a chorar.

Uma tarde, resolve tomar um chá com a sua amiga Madalena. E esta volta a insistir e propõe a Maria, que se distraísse, que pintasse... Maria exporia na sua Galeria de Arte os seus quadros.
Mas como poderia Maria aceitar uma proposta dessas se neste momento da sua vida se dedicava aos outros?!
Até que uma noite, Maria sofreu dores fortes no seu estômago... tão fortes que quando é levada para o hospital, quando aí chega, já não mais vibrava sob a frequência da matéria.

Já na frequência da eternidade, Maria percebeu o que podia ter escolhido para sua evolução... Maria escolheu fugir de si, mesmo perante as perdas que foi tendo, e não aproveitou as oportunidades do céu... não escolheu ganhar o salário mínimo, onde tinha a oportunidade de viver o seu karma e transformá-lo em dharma: ser artista, sem perseguição e tocar os corações de outras almas, através do seu exemplo, da sua escolha, e mostrar que viver é mais importante que sobreviver. Maria escolheu não se fragilizar e preferiu ter a vida ideal aos olhos de seu pai.

Na frequência da eternidade, percebendo que precisava ainda escolher quem era, Ser Luz, através da energia íntresa à sua arte, decidiu nascer de novo... Desta vez, ciente da sua missão, escolheu nascer numa família pobre, sem qualquer recurso, num ambiente hostil, onde o belo é conceito que cuja concretização se desconhece por completo. Nesse lar, Maria vai ter que fazer tudo sozinha... Crescer sozinha, lutar pelo sonho que trouxe da outra vida ... sozinha.

Maria acabou de nascer... chamaram-lhe Maria da Natividade....!

13/04/2011

Thank You

Ego, meu querido...

Tenho um lado selvagem disfarçado de sociabilidade, cheio de regras e conceitos, cheio de princípios, cheio de pressupostos que me guiam e que me asseguram ser esse o meu lado autêntico.
Mas o meu original lado selvagem não pôde crescer, não pôde afirmar-se… e ficou menino.
O lado que desenvolvi, como sendo o correcto, o genuíno, o inequívoco, não é mais que um disfarce, uma indumentária que eu criei para ser, para estar, para me exprimir e me tornar naquilo que eu não acredito, naquilo que me convenci que eu era, naquilo que os outros me aceitam…
E nasceu uma nova personagem, que está dentro de mim, que me comanda… que é o Ego.
O Ego é meu irmão… não de sangue, mas de vivência; sempre comigo, a dizer-me que quando respiro fundo, quando suspiro, isso quer dizer angústia; a dizer-me que quando choro, tenho que ter força para ultrapassar, pois chorar é fraqueza; a dizer-me que não posso apaixonar-me, porque isso traz-me sofrimento; a dizer-me que eu não mereço sofrer e por isso interroga-me pelo que terei feito de errado; a dizer-me que eu não posso falhar, não posso errar, pois serei culpada do resultado que obtiver…
O Ego faz-me muita companhia, de facto. Mas a verdade é que também não me deixa crescer. Ele sim, cresceu… Mas abafa-me, sufoca-me… E aquele meu lado selvagem, que permaneceu criança, já nem selvagem é… É ingénuo, é inocente, sente como menino, abraça o Mundo através do sonho… porque só o sonho o Ego não comanda, não se intromete.
Todavia, não posso despedir o meu Ego. Ele celebrou comigo um contrato vitalício de constantes e profícuas provações…  Ele existe para me ajudar a dar voz ao lado inocente que eu tenho. E a vida, na verdade, é um jogo constante de equilíbrio entre os opostos… o meu Ego é um desses opostos, que me auxilia no encontro do equilíbrio.
Tal como eu, a minha criança, ele também precisa respirar… não a densidade, mas a Luz que eu insisto em não lhe dar a beber…
Hoje, comecei o dia a dar-lhe a luz do sol e é vê-lo calmo e sereno!
Afinal, o Ego não passa de uma criança grande, em estado selvagem, a precisar que eu o lapide, a precisar de ser areado… para que a minha Luz o invada…

As ilusões da vida...


Isto de andar iludido, conduz-me, fatalmente à desilusão.

E tão iludida que eu ainda ando!!!
Iludo-me que tenho chatices, iludo-me que vou conseguir... E quando caio na real e vejo que afinal eu só tenho vivências, provações.  que me levam a estar cada vez mais perto de Casa, fico desiludida...
- afinal era tão simples, desabafo eu...

Mas quando a ilusão do perder me cerca, porque afinal eu não consegui, desiludo-me com o mau perder. Porque de facto, eu nada perdi... Apenas aconteceu o certo! E onde está o certo não está o perder nem o ganhar.... "aquilo" é o certo! Porque o certo não julga, não litiga, não guerreia. O certo, simplesmente, é o que é....

Tudo isto para perceber que tudo aquilo que eu digo que vejo, aquilo que eu digo que acredito, aquilo que parece não ter lógica, é a mais pura das ilusões.

O que eu vejo, a forma como a energia me é mostrada, no formato que eu consigo identificar, é o que preciso de ter, de abandonar, de perder, para chegar ao oposto... à libertação do karma.

E por isso o frio é uma bênção se eu preciso experienciar o calor ... e por isso a tristeza é uma dádiva se eu preciso conhecer a alegria... e por isso a doença é um dom se eu preciso despertar o meu lado curador!

Mas a ilusão é o meio que eu preciso usar para me desnudar ante a grandeza do Céu....

Obrigada...

11/04/2011

Mensagem: Sem Título


Às vezes é difícil dar um título.. principalmente quando é altura de deixar fluir.

Deixar fluir é não catalogar, é não dar título ao que sinto... é não etiquetar o passo a palmilhar... é não ter título!

Quando compramos um livro já sabemos a energia do que vamos ler e predispomo-nos a isso e apenas a isso: a ler sob aquela energia que pré concebemos.
Aliás, quando a história se narra perante os nossos olhos e não responde naquela energia que expectamos, pousamos o livro... e lá se vai a história!

Na nossa vida, no nosso Caminho, acontece o mesmo... Há alturas que precisamos relaxar, ler um livro... Mas não podemos escolher o livro... porque vamos ficar seduzidos pelo título... E no Caminho, quando precisamos parar, nada nos pode seduzir... temos que ficar a zeros, em completo relaxe!
No Caminho.... quando nele precisamos parar pelo desgaste da jornada, é o livro que nos vai escolher. Ele não vem com título, mas vem com intenção... É ele, livro, que nos vai ler a sua própria história. 

Por hoje, por agora, decido parar... e enquanto não conseguir relaxar de verdade.... enquanto teimar escolher os meus livros, ler as histórias cujo fim eu já sei... Enquanto eu não me deixar levar pela história que eu não conheço, ignorando até os seus principais personagens... eu não vou saber deixar fluir.

Até lá, vou sonhando... para que através do sono, o livro me desperte pelo perfume que deixa ao se folhear...

Bons sonhos...

O Elo com o Sagrado....


O incenso induz-me, conduz-me, empurra-me a Ti....

É com ele que Te sonho,

É com ele que Te sinto,

É com ele que vejo o Teu cheiro.

Quando o incenso arde, direitinho a Ti, voo com ele,

Transcendo-me com ele, para Te encontrar.

E ao ver-Te, fecho os olhos...

E envolvo-me em Ti.

Obrigada... por este dia


Comecei o dia a agradecer.
A agradecer pelo que vi logo que abri os olhos, a agradecer pelos cheiros que senti, a agradecer pelo aprendizado que hoje me espera.
Não importa se vai ser bom, se vai ser mau, se vou rir, se vou chorar... sei que será o certo para mais um dia de evolução.
Tudo será não como quero, mas como deve ser.... não segundo o meu sistema de crenças, mas segundo os ditames do Céu.
Hoje, o Céu, velará especialmente pelo percorrer da maratona de hoje. Não quer dizer que ande, não quer dizer que corra, não quer dizer que tenha de me esforçar... só tenho que aceitar que o que tiver que percorrer hoje, seja pela forma que for, eu aceito... mas antecipadamente agradeço!
Logo à noite, olharei para trás e verei que mais uns passos eu dei no caminho para Casa, mais uma parte do meu resgaste kármico desta existência eu superei e por isso mais uma camada da ilusão que me vestiu eu despi... mais leve me tornei, mais livre eu fiquei!
Por isso, pelo agora, pelo daqui a pouco e pelo mais logo.... OBRIGADA!

10/04/2011

Uma viagem...

Estás linda, esta noite...

Não sei se era noite ou se era dia... mas Aí não há dia nem noite... apenas há LUZ.
E Tu abriste a porta... sorriste, e disseste-me: Estás linda!
Ao fundo, só se via essa LUZ, por isso não sei se era uma sala, se é que havia chão... ! Mas entrei, conduzida pelo Teu abraço... Aí quiseste dançar... Engraçado, não senti vergonha nenhuma! De imediato me entreguei nos teus braços e simplesmente dançamos, rimo-nos... Que saudades eu já tinha das Tuas gargalhadas!
Abriste-me tantas portas, lembras-Te?
Mas estava na hora voltar... ainda resisti, mas o teu olhar convenceu-me.
Também não houve despedida, engraçado.... Deixei-Te com o mesmo sentimento de alegria, de imensa comoção, de quando me abriste a porta para entrar.
Vim embora como se não Tivesses ficado lá em cima e me acompanhasses...
Percebi que afinal sempre estiveste, aqui, comigo... mas precisei de ir Aí para Te sentir aqui...
Mas para dançarmos vou Aí... sempre!
A próxima dança pode ser ao som desta música? Aceitas?
Abres-me a porta e dizes-me: Estás linda, esta noite...
Até já... 

Não Te esqueças... GUIA-ME, apenas...

Não Te esqueças...

Não Te esqueças...
De nas noites escuras que minha alma atravessa de quando em vez....
...  e guia-me.
Não preciso que acendas a luz,
... tudo pode continuar escuro, se essa for a minha única saída...
Mas apenas preciso que me guies... como a vara guia o cego.

Não Te esqueças...
De no frio da minha Fé,
quando tudo gelou, o sangue solidificou e o coração já nada sente...
... e abraça-me.
Não precisas dar-me o sol para me aquecer,
... apenas abraça-me, acolhe-me... e deixa-me sentir o Teu calor para que o sangue,
só o sangue...comece de novo a bater.

Não Te esqueças...
... que quando ando distraída, quando os meus ouvidos não sentem o vento do Teu sopro...
eu só preciso que me acordes desta ilusão,
da presunção que tenho em pensar que eu é que sou a dona da minha vida!

Não me faças ter que perder mais alguma coisa...
Já não aguento mais... !

... Por isso, Não Te Esqueças: GUIA-ME

http://youtu.be/rvkNdvOqees

09/04/2011

Entre a Alma e o Ego

Entre!

Entre!

A porta da vida está aberta e convida,
pessoas com coragem para arriscar,
a rir, chorar, trabalhar, se esforçar, amar,
ser ouvido ou incompreendido,
receber atenção ou sofrer uma desilusão,
ser amado ou perder-se numa paixão,
a vida pede atenção...

A vida oferece muitas possibilidades,
até para quem já ñ acredita mais em nada,
sempre haverá algo novo sob o sol,
um fio de esperança que poderá te levar ao paraíso,
uma nova oportunidade de ser e crescer.

Só não vale ter medo de si mesmo,
só não vale não se conhecer, não se respeitar.
Tem que pegar todas as experiências,
boas e ruins, doces e amargas,
e colocar no grande caldeirão da alma,
para entender o que vale e o que não vale a pena.
Assim, você terá uma bússola precisa,
que vai indicar o seu Norte, a sua direção,
que não tem tempo nem idade,
rumo a realização dos seus sonhos,
rumo a felicidade.

Acredite na vida, acredite em você!


Paulo Roberto gaefke

Me Ditar

Começo a perceber o sentido de meditar...
Realmente o meu ego não pára de me dar ordens! Me dita!
Que é como quem diz: Dita-me!
E por isso, fechamos os olhos e só nos veêm pensamentos, episódios do dia, conversas que tivemos, as que poderíamos ter tido... E com alguma frustação, mas nunca assumida, dizemos: "Eu não consigo meditar" ... "eu não sei meditar"... "não consigo abstraír-me dos pensamentos".
O certo é que, mais não fazemos do que responder ao ditado do ego, como ele ordenou.
Falar com Deus, com o Universo, com o nosso Eu, não passa por receber ordens, muito menos fazer ditados do que foi o meu ontem, do que fiz há bocado e do onde estarei daqui a pouco...
Falar com o meu Eu, é deixar o meu eu... aquele que culpa, que dá ordens, que aniquila...  simplesmente, deixá-lo.
Para ir ter com o meu Eu, nao preciso de pernas, não preciso de braços, não preciso de olhos... só preciso do meu coração! E apenas esse eu sinto... Esqueço que tenho copro... e passo a ser unicamente o meu coração!
Quando aí concentro tudo aquilo que eu sou, percebo que só aí eu podia caber...
As pernas são baixas para me levarem tão alto... e os braços são o desiquilíbrio ao meu voo...
Só o coração tem aquela força, aquele pulsar, aquele respirar, que me empurra ao voo mais radical de sempre: ao Cosmos!
Ao elevar-me ao Cosmos, nele me fundo, nele me envolvo, nele me misturo, e por isso... fico leve como a nuvem, transcendo-me e abraço o mundo... e brilho...porque me encontrei!
E encontrei, por isso, a outra metade de mim que ficou aí, a velar-me e ansiosamente à espera de me abraçar... !
E quando me viu, abraçou-me emocionadamente e, ainda que de forma envergonhada, soprou-me ao ouvido e perguntou-me: Porque demoraste tanto?!
Pois foi... demorei tanto!
Perdi-me nos ditados, naqueles ditados, que me ordenavam: fecha os olhos,respira, agora sente um pé,depois o outro.... blá, blá, blá.....!!!!
E estar aí, afinal, é tão simples!
Hoje, não vivo sem Te ver, sem Te sentir, sem Te abraçar e Te dizer: OBRIGADA!