26/11/2011

Someone like you...


É bom ter na vida alguém como tu.

Eu fujo, eu grito, eu peco, eu escarneço, eu viro-te a cara e tu afastas-te, mas não vais embora. Baixas a guarda, arreias o peso que carregas nas costas e suspiras... Mas ficas ali. À espera que o vento mude, que o vento sopre, que o dia volte a nascer... e me deixe acordar pelo primeiro raio de sol a tocar-me a face.
Continuas ali... à espera que eu decida ser feliz.
Entraste na minha vida para dela nunca saíres, decidido a não desistires de mim  ... mesmo quando dissimulei, lá longe, e te jurei um eterno sim.

E por isso te digo, é muito bom ter na vida alguém como tu...

Não deixas de estar aqui, de cumprir com o teu sim que, apesar de nunca mo teres prometido, preferiste mostrar-me o que é, verdadeiramente, um voto, uma jura eterna.
E mostraste-me que eterno não é  aquilo que é para sempre, para um tempo que nós sempre idealizamos como muito longo que ainda não veio, sequer. 
A promessa do teu sim mostra-se eterna quando me dizes sempre sim, mesmo quando eu te abano com a cabeça e te grito "não!". Quando eu esbracejo e quase te bato e tu ... "sim"... abraças-me!
Quando eu adormeço nos teus braços, exausta daquelas lógicas que não resolvi, e dizes-me “sim, dorme” , porque eu preciso descansar.
Tens sempre esperança no meu acordar… esperas que seja novo, esperas que ao embalares-me durante o sono, a noite tenha varrido os pensamentos tóxicos que me invadiram ontem e que hoje comece com um novo dia. Sem passado, sem futuro… apenas com o agora.
"Sim” nunca perdes a esperança… e no eterno momento do agora, continuas a dizer-me “sim”…   
                                                           
                                                       Não há ninguém na vida como tu ...

   

01/11/2011

Alma Nua


Hoje dispo a minha alma.
Nela encontro as sete vidas, os sete fôlegos, que me empurraram até aqui, ao agora… a este momento.  
Nela encontro as sete cores sagradas da energia que me alimentou durante as sete vidas. Aquelas vidas que eu vivi, onde não me lembro como morri, mas em que afinal sobrevivi.
A minha alma hoje está despida e vejo como ela é translúcida, mexe-se … mas não tem forma. Aquece-me e não lhe vejo o fogo. Abraça-me sem ter braços. Senta-me ao seu colo, suaviza a dor que sinto no peito e não lhe consigo definir os traços.
Mas a nudez da minha alma sente o frio do medo, o cheiro nauseabundo da falta de fé e gela com a minha dúvida.
Hoje vi a minha alma despida. E prometi-lhe que voltaria a sobreviver. Pedi-lhe que não apagasse nenhuma daquelas sete luzes que me sempre alimentaram e disse-lhe:nunca mais te vou deixar sentir frio." E supliquei-lhe: " nunca deixes de me aquecer aos  primeiros arrepios da minha fé.”