01/11/2011

Alma Nua


Hoje dispo a minha alma.
Nela encontro as sete vidas, os sete fôlegos, que me empurraram até aqui, ao agora… a este momento.  
Nela encontro as sete cores sagradas da energia que me alimentou durante as sete vidas. Aquelas vidas que eu vivi, onde não me lembro como morri, mas em que afinal sobrevivi.
A minha alma hoje está despida e vejo como ela é translúcida, mexe-se … mas não tem forma. Aquece-me e não lhe vejo o fogo. Abraça-me sem ter braços. Senta-me ao seu colo, suaviza a dor que sinto no peito e não lhe consigo definir os traços.
Mas a nudez da minha alma sente o frio do medo, o cheiro nauseabundo da falta de fé e gela com a minha dúvida.
Hoje vi a minha alma despida. E prometi-lhe que voltaria a sobreviver. Pedi-lhe que não apagasse nenhuma daquelas sete luzes que me sempre alimentaram e disse-lhe:nunca mais te vou deixar sentir frio." E supliquei-lhe: " nunca deixes de me aquecer aos  primeiros arrepios da minha fé.”

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.