18/04/2011

Eu não conhecia a minha força...


Ter que desmoronar... ter que cair... ter que chorar... ter que doer... era força que eu desconhecia ter.
Bem no fundo, sabia que havia de me levantar, sabia que havia deixar de doer... um dia... Mas não sabia da força que tinha em me deixar enfraquecer!

Para desfalecer é preciso força...

É que a força do não o dever fazer, que me puxava pelos braços- já desmaiados - e que teimava em manter-me erguida, gladiava-se com a outra força, com a outra energia... aquela que me assobiava nos ouvidos e me dizia: "Deixa-te ir".

E deixei...! Caí, doeu, chorei... e quase asfixiei!

Até que percebi que a mesma força que me levou a zeros era a mesma que me elevaria ao céu... Afinal foi aí, no chão - se calhar, para lá do chão - que encontrei a Fonte... a mesma que me haveria de levar até Ela!

Tudo volta ao início, tudo é um ciclo, tudo nasce porque um dia morreu e sempre que algo morre, mesmo ao lado, anuncia-se o novo, o nascimento de...
.... é, não sei bem o que nasce de novo, mas talvez "novo" seja um julgamento, porque de facto, o que realmente acontece é que algo nasce...

A força divina que me "empurrou" para o decesso, ao mesmo tempo, reanimou-me... O meu coração voltou a bater, o sangue a circular, as células regeneraram-se e o ciclo da vida do meu corpo retomou  o seu bater sob novo ritmo de pulsação. 

E aí, aquela força que não me deixava cair, que eu pensava que era para não me deixar morrer... afinal, quando foi precisa, para devolver-me a vida, não o fez...
Mas a outra, aquela que me corroeu, que me magoou, que me fez chorar.. e chorar tanto... essa, deu-me a vida...
Não a vida que eu tinha deixado, mas a mesma vida...  sob novo ritmo arterial.

Percebi que aquela dor que eu senti, que me fez chorar, era essa força, essa energia, a invadir cada célula do meu corpo...
Quando me invadiu, deu-se o clímax, a catarse, por tanta alta voltagem que me propagava... Os meus pulmões retraíram-se e quando inspiraram, na derradeira tentativa de manter o contacto, inspiraram dessa energia.... E toda a vida do meu corpo retomou o seu ciclo ... E porque recebeu ordem de viver dessa força, dessa energia... agora, só dessa se alimenta.

Hoje, essa é a energia que me mantém à tona... e tenho que a respirar... Essa força, essa energia, são as guelras que careço para viver aqui, agora....

Hoje, sei que tenho a força suficiente para voltar a cair... Afinal, essa é a força que dá vida!

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